Existem algumas raras situações que nos deparamos com algo completamente imprevisível e é necessário realizar uma redução brusca de velocidade, tais situações, em sua quase totalidade, são em decorrência de erros de alguém ou fenômenos da natureza (que também, em alguns casos, podem ser evitados). Assim a freada brusca pode ser causada por erro próprio, erro de outros e muito raramente por fenômenos da natureza.
No primeiro caso (erro próprio), por cultura, costumamos atribuí-los aos outros e não fazemos uma autoanálise. A frenagem brusca acontece principalmente pela falta de atenção, pela falta de previsão, falta de antecipação, excesso de confiança, avaliações erradas do condutor, negligência, imprudência e imperícia.
Os veículos comerciais de carga, devido ao “peso”, necessitam de mais espaço para desacelerar ou parar totalmente, por isso prever e antecipar as nossas ações é tão importante, assim como utilizar todas as técnicas desenvolvidas em nossos cursos de Direção Segura.
Ao realizar uma frenagem brusca, o risco de colisão ou de tombamento aumenta consideravelmente e se o veículo não tiver freios ABS, as rodas poderão travar ao entrar em atrito dinâmico, provocando a perda de controle da direção e consequentemente causar uma fatalidade.
Durante a frenagem brusca a carga e o veículo tendem a continuar o movimento em que estavam em linha reta (inércia), podendo sofrer avarias ou provocar graves consequências. Além disso, nessa situação, ocorre um aumento da temperatura e do desgaste de componentes do sistema de freios de serviço, fazendo com que gradativamente percam sua eficiência.
Os pneus também sofrem diretamente os esforços da frenagem brusca, causando desgaste irregular, deformação e superaquecimento, comprometendo sua segurança e durabilidade, pois são eles os responsáveis pela aderência do veículo ao solo.
Evite andar próximo dos demais veículos (à frente, ao lado e atrás), mantenha a velocidade compatível com a via, com o trânsito, com o tipo de operação, com a carga, com as condições do veículo e com as suas condições físicas e psicológicas. Faça uso dos freios auxiliares (se não estiver em piso escorregadio ou molhado). Esteja sempre atento e tenha sempre em mente “E SE...” (...o veículo da frente colidir, ...tiver um veículo quebrado numa curva com restrição de visibilidade ou numa via com neblina..., um pedestre surgir de repente na sua frente...), se antecipe às ações dos outros.
Hoje os aparelhos de telemetria são capazes de mostrar essas frenagens bruscas através de cálculos de redução de velocidade. Normalmente são calibrados para emitir alertas quando ocorre uma redução de 14 km/h em 1 segundo. Alguns motoristas acabam recebendo notificações de frenagem brusca porque não sabem que, ao passar em buracos, lombadas, valetas, “costelas de vaca” e pisos de baixa aderência o aparelho irá registrar, mesmo que o veículo não tenha tido tal redução de velocidade, porque o aparelho está colhendo a velocidade do próprio sistema do caminhão e não de posicionamento por satélite, se as rodas travarem ele aponta uma frenagem brusca. Outra situação é a falta de sensibilidade com o pedal do freio e isso se agrava em subidas íngremes, com caminhão vazio e em baixa velocidade.
Lembre-se que adotar um estilo de condução preventivo e defensivo reduz o desgaste de peças, possibilita maior intervalo entre as paradas para manutenção e principalmente aumenta a sua segurança e a dos demais na via.
Professores: Eric Nakamura e Manoel Carvalho Filho